domingo, 20 de setembro de 2015

Risco Cardiovascular

             Muitas condutas dentro da medicina são pautadas no grau de risco do paciente para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Baseado nesse risco, podemos ser mais ou menos agressivos quando se trata de dar remédios, de medidas de controle, em metas a serem alcançadas tanto físicas tanto laboratoriais. Para ilustrar vou dar um exemplo: um paciente que chega com colesterol alto no consultório, se ele só tiver o colesterol alto e mais nada insistiremos na dieta e nos exercícios físicos e daí repetiremos o exame em alguns meses. Porém se ele for diabético, hipertenso, ele ganhará o remédio pra baixar o colesterol além sempre da dieta e doas exercícios físicos. Por que isso? Pelo fato dele ser hipertenso e diabético o risco dele desenvolver doença cardiovascular é maior do que se não fosse.
            Temos então entre os fatores de risco aqueles que a gente pode abolir (cigarro, sedentarismo, obesidade, alimentação inadequada, gordura abdominal), aqueles que podemos controlar e até curar em casos específicos (hipertensão, diabetes, colesterol alto) e o que não podemos modificar (história familiar, genética). Na medida que os fatores de risco se somam, o risco cardiovascular aumenta e, estatisticamente, essa pessoa está sob maior risco sempre  de ter um infarto do miocárdio ou um acidente vascular cerebral. Quando são detectadas lesões nos órgãos esse risco aumenta muito como por exemplo um coração já crescido num paciente hipertenso, vasos da retina alterados, função renal alterada num paciente diabético, placas de gordura nos vasos e por isso as medidas devem ser ainda mais agressivas.
            Quando o médico insiste na importância de modificação de hábitos de vida, da alimentação, na necessidade da realização de exercícios físicos, o que queremos e última instância é retirar o paciente dessas estatística sombria das doenças cardiovasculares que consistem na maior causa mundial de morte não traumática. Além disso, trocar o salgadinho por salada, o hambúrguer por peixe fresco é infinitamente mais baratos do que cateterismos, próteses coronarianas, cirurgias cardíacas e remédios de toda sorte pro resto da vida mesmo para aqueles que saem bem de um infarto ou acidente vascular cerebral. A feira é melhor do que a farmácia!

            Pensem nisso!