segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Hipertensão na Gestação


A gestação é um período especial, entre tantos aspectos é um período onde a paciente vai ao médico não por ter algo ruim acontecendo, mas por um motivo bom. Quando tem algo errado, hipertensão por exemplo, o médico precisa ter a sensibilidade de saber que aquela paciente não é uma paciente comum. A hipertensão na gestação é um risco a saúde materna e fetal e precisa ser combatida com veemência. Se culminar com a eclâmpsia (falarei dela em outro post) é risco de morte para ambos. Para isso, é fundamental uma excelente interação entre cardiologista e obstetra e a aderência ao tratamento da futura mamãe. A hipertensão na gestação provoca alterações no fluxo placentário e isso é causa frequente de abortamento. 
Pacientes obesas, que já sejam hipertensas, diabéticas ou que já tiveram gestação com hipertensão prévia, eclâmpsia ou pré-eclâmpsia estão sob maior risco de desenvolver hipertensão na gestação.
Vivam com saúde!

domingo, 13 de novembro de 2016

Marcapasso


Recentemente um diagnóstico motivou uma indicação numa paciente relativamente jovem para implante de um marcapasso. Isso normalmente gera uma certa comoção entre o paciente e seus familiares então resolvi falar um pouco aqui sobre isso: o que é um marcapasso cardíaco?
Todos nós temos uma área no coração que é responsável pela geração do estímulo que ativa o músculo cardíaco e que faz com que ele contraia (bata) na freqüência exigida a cada momento. Dessa forma, em repouso ele está mais devagar, se tomamos um susto ou fazemos um esforço físico, ele se acelera. Pois bem, em algumas pessoas, às vezes causado por problemas estruturais do coração ou podendo ser apenas por falha das células responsáveis pela geração ou transmissão desse estímulo, esse mecanismo falha e o coração não bate mais numa frequência suficiente para atender às necessidades do organismo e então algo precisa ser feito para corrigir isso. Medicações, doença coronariana, intoxicações podem causar isso e são causas tratáveis e reversíveis porém, muitas vezes, não tem como reverter e então é necessário o implante do marcapasso. A
cirurgia em si é simples pois o aparelho em fica no embaixo da pele no tórax e, através de uma veia, os cabos com os eletrodos vão até dentro do coração. Ou seja, não abre o peito para implantá-lo. Após o implante, normalmente o paciente tem um grande ganho de qualidade de vida. O coração bate numa freqüência adequada, as quedas acentuadas que podem causar desmaios e descompensações clínicas deixam de acontecer e medicações que causam queda da freqüência cardíaca podem, se necessárias, ser prescritas sem sustos. Cuidados devem ser tomados com campos magnéticos como aparelhos de ressonância magnética e, em caso de necessidade de submeter-se a cirurgia, o uso do bisturi elétrico dependendo da localização da cirurgia pode exigir uma reprogramação do marcapasso.
Ter de implantar um marcapasso não é o fim do mundo, normalmente é um reinício de uma vida com mais qualidade.
Vivam com saúde!

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Você já Sentiu Palpitações


Palpitações, você já sentiu?
É comum na prática diária, essa queixa dos pacientes, muitos se queixam de palpitações que vem a ser, normalmente, sentir o coração bater mais rápido ou irregularidades no batimento. Essa queixa sempre requer uma avaliação cardiológica pois pode ser o ponto de partida para o diagnóstico de uma arritmia cardíaca. E o que são arritmias? São alterações do ritmo cardíaco que podem ser pra mais rápido (taquicardia), pra mais devagar (bradicardia) ou apenas irregular. Na maioria das vezes os sintomas de palpitação vem em fases mais estressantes da vida e na investigação não é encontrado nada de mais grave porém uma parcela significativa dos queixosos a investigação acha sim arritmias mais ou menos perigosas que requerem tratamento. Arritmias podem ser causa inclusive de morte súbita e uma avaliação minuciosa deve ser feita, várias substâncias e medicamentos além de hábitos de vida concorrem para melhorar ou piorar sintomas de arritmias. 
Você sente palpitações? Procure um cardiologista e viva com saúde!

sábado, 5 de novembro de 2016

Obesidade e Testosterona


Podemos enumerar várias causas aqui para combater a obesidade, todas elas relacionadas com saúde e com qualidade de vida e existe todo aquele lugar comum quando falamos que o obeso tem mais hipertensão, tem mais diabetes, tem mais doenças do coração, tem mais problemas ortopédicos, etc. Porém tem algo que é pouco dito que é a associação da obesidade com baixa disponibilidade de testosterona para o homem. Os mecanismos metabólicos da obesidade também alteram o funcionamento da hipófise, que resulta em redução da estimulação do testículo para a produção de testosterona. Além disso, o tecido gorduroso não só preenche espaço e aumenta peso, ele secreta e metaboliza substâncias e faz, inclusive, conversão da testosterona em estrona (hormônio feminino), contribuindo assim ainda mais pra redução dos níveis de testosterona. 
O homem com baixa de testosterona apresenta vários problemas: desânimo, perda de libido (interesse sexual), perda de força muscular, depressão além de piora dos metabolismos da glicose e das gorduras. 
Vivam com saúde!

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Angioplastia Coronariana


A angioplastia coronariana é um procedimento realizado para desobstrução de uma artéria coronária que esteja total ou parcialmente obstruída por placas de gordura e/ou coágulos. Consiste em ir com um cateter até o local da obstrução, ultrapassá-la, nesse cateter existe um balão em sua extremidade e esse balão é inflado no local da obstrução, empurrando de lado as paredes da artéria e abrindo a oclusão. Quase na totalidade dos casos, após a obstrução ser aberta pelo balão, é colocado ali uma prótese chamada de stent. Este visa impedir o retorno da lesão para que o vaso permaneça aberto. 
Um dos grandes erros dos pacientes é achar que o problema está resolvido, que uma angioplastia com implante de stent é garantia de artéria aberta para sempre e não é! O stent pode fechar, pode aparecer nova obstrução, pode aparecer um coágulo dentro do stent. Por isso, após esse procedimento, toda medida de vida saudável somado aos remédios obrigatórios nesse caso, fazem-se necessários para que não aconteça novamente.
Remédios + atividade física + alimentação saudável + controle dos marcadores sanguíneos aumentam sobremaneira o sucesso a longo prazo do procedimento. 
O trabalho mais eficaz do cardiologista é que o paciente jamais venha a precisar de tal procedimento.
Vivam com saúde!

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Não Confie em Sintomas


Não confie nos sintomas ou na ausência deles.
Infarto nem sempre dá dor no peito! Esta pode ser no ombro, no braço, no pescoço, na mandíbula, nas costas e pode até não existir. Pode ser um desconforto ou apenas um cansaço ou falta de ar sem sensação de dor.
Muitos relatos de infartos com sintomas frustros, leves ou até ausentes que só de descobre em exames depois e aparece lá num eletrocardiograma ou num ecocardiograma que o paciente já teve infarto "silencioso" que passou desapercebido.
Os diabéticos são especialmente afeitos a apresentar tais modalidades e os sinais e sintomas devem ser avaliados com ainda mais critério nesse grupo. 
Idosos também são frequentemente vitimados por infartos sem que hajam sintomas dramáticos.
Aliás, em qualquer população, aquela cena clássica de novelas ou filmes em que o paciente coloca a mão no peito, sente uma dor lancinante e cai desfalecido acontece numa porção muito pequena das pessoas que sofrem um infarto do miocárdio.
Fiquem atento aos fatores de risco: hipertensão, diabetes, idade, sedentarismo, colesterol elevado, tabagismo, quem tem história na família de pessoas que sofreram infarto e cuidem-se.
Vivam com saúde!

domingo, 23 de outubro de 2016

Cateterismo Cardíaco

Exame que muitas vezes causa calafrios em quem tem a notícia que vai precisar submeter-se a ele e também nos familiares, o cateterismo cardíaco (cujo nome correto é cineangiocoronariografia) ainda assusta a maioria dos pacientes.
Neste exame  um cateter é introduzido pela artéria femoral (região da virilha) ou pela artéria radial (no pulso) e é introduzido até chegar ao coração. Ao chegar em sua posição adequada, o contraste é injetado e este contraste vai desenhar as artérias coronarianas e mostrar com grande capacidade de acurácia, se existem obstruções, anomalias e junto com o quadro do paciente, orientará o médico ou equipe assistente a tomar a decisão terapêutica mais adequada.
Riscos: embora de baixa incidência, o cateterismo tem riscos potenciais  ao paciente. exposição a radiação (é um exame radiológico), o risco da punção da artéria (femoral ou radial) onde pode acontecer acidentes como lacerações, sangramentos importantes, desenvolvimento de pseudo-aneurismas, infecção no local da punção e trombose da artéria.
Existe o risco da passagem do cateter que pode, embora raro,
lesionar a artéria pela qual está passando e existe o risco da infusão do contraste. O contraste usado é iodado, existindo assim uma incidência considerável de reações alérgicas ao iodo e, além disso, tem a toxicidade renal do contraste.
Limitações: o exame requer um maquinário caro e grande, uma sala específica montada para sua realização e portanto não está disponível em qualquer hospital. Além disso, é  um exame unidimensional, imagens de vasos sobrepostos pode enganar uma visualização menos cuidadosa. Para este segundo problema, as máquinas giram em torno do paciente, captando vários ângulos da mesma imagem.
É um exame de imensa importância na prática médica, mostra precisamente onde está a obstrução coronariana que causa um infarto e permite seu adequado tratamento. Como não é um exame isento de riscos, suas indicações devem ser precisas e respeitadas.
Como sempre, o melhor é não precisar de um.

Vivam com saúde!

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Doença Coronariana

A doença coronariana é a doença que mais mata no mundo, ela que leva ao infarto do miocárdio, o famoso “ataque cardíaco”. É o evento final de uma doença que silenciosamente vai formando placas que entopem uma ou mais artérias coronárias que são as artérias que alimentam o músculo cardíaco. Salvo casos excepcionais como uso de drogas ilícitas, doenças que favorecem a formação de coágulos no sangue, não se sofre um infarto se não existir doença coronariana.
E o que leva a doença coronariana?
Os fatores de risco para doença coronariana são muitos e, infelizmente, comuns. Os maus hábitos de vida, desde a juventude, contribuem enormemente para a elevada incidência no mundo todo dessa doença. São alguns deles:
- Hipertensão arterial;
- diabetes;
- tabagismo;
- colesterol elevado;
- obesidade;
- sedentarismo;
- história familiar;
- idade.
Sempre existirá o discurso que alguém conhece alguém que era “saudável” e teve um infarto. O que pode ser dito é: não existe 100% em medicina, não existe totalidade. Estatisticamente falando, a incidência de doença coronariana vai aumentando quanto mais fatores de risco se acumulam. Daí a insistência em levar bons hábitos de vida, em tratar problemas já existentes. Os casos diferentes e raros existem e sempre existirão mas de forma nenhuma constituem desculpa para não levar uma vida saudável.

Vivam com saúde!

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Teste Ergométrico - informações.

Exame de grande utilidade, o teste ergométrico nos traz uma imensa gama de informações de importância para diagnósticos e prognósticos e faz parte, com toda justiça, ao roll dos exames mais solicitados pelos cardiologistas.
Realizado quase na sua totalidade em esteira rolante, ele também pode ser realizado em bicicleta e no ergômetro de braço (esse mais difícil de achar) e tem pontos interessantes a serem avaliados.
Nosso corpo, em especial a parte cardiológica, tem algumas armadilhas clínicas que se dão por conta da diferença entre esforço e repouso. Uma pessoa pode ter doenças cardiológicas que, em condições de repouso não se manifestam porém quando o coração é mais exigido, durante o esforço, aparecem as alterações e o teste ergométrico faz exatamente isso. Nele são avaliadas as respostas clínicas, hemodinâmicas (pressão arterial, freqüência cardíaca), autonômicas (papel do sistema nervoso autônomo na regulação da pressão arterial e freqüência cardíaca) e eletrocardiográficas ao esforço. Além disso, fórmulas matemáticas nos trazem a estimativa do condicionamento cardiovascular do paciente, se está em faixa patológica ou não, etc.

Quanto maior o esforço realizado, mais informação e mais útil o teste ergométrico é e um bom teste de esforço normal, nos dá uma segurança boa para por exemplo liberar o paciente para atividades físicas, que o paciente não está às portas de ter um infarto, que ele não faz arritmias cardíacas perigosas no esforço.
Riscos: o primeiro é o de queda, já que é quase sempre em esteira. Além disso, exames mal-indicados ou com desconhecimento de doenças prévias podem ser desencadeadores de descompensações de problemas cardiológicos existentes e desconhecidos (embora isso seja bastante raro). Quase a totalidade das alterações mostradas pelo teste ergométrico desaparecem quando o paciente retorna ao repouso.
Limitações: o teste depende da aptidão física do paciente, da capacidade de andar na esteira (eventualmente correr) e coordenação motora. Algumas medicações podem alterar o resultado do teste, mascarando alterações (sempre deve ser informado ao médico e o médico solicitante deve informar se quer que suspenda ou não medicações em uso). Tudo isso deve ser levado em conta tanto pelo médico que solicita, quanto pelo que realiza o teste.

Vivam com saúde!

domingo, 9 de outubro de 2016

A Maldição do Check-up

Muitas pessoas vão no cardiologista buscando um check-up com foco na realização de exames, muitas vezes desnecessários, com o objetivo de ver se está tudo bem. Não entendem que exames normais em pacientes assintomáticos não são garantia de boa saúde e que os processos metabólicos nefastos que levam ao aparecimento de doenças acontecem silenciosamente, sem sintomas nenhum e muitas das vezes sem alteração inicial dos exames laboratoriais, de imagem ou testes cardiológicos. O paciente, focado em realizar exames, deixa de lado muitas vezes o que realmente importa principalmente nas fases mais jovens da vida, que é o estabelecimento de hábitos saudáveis de vida para que realmente aconteça a prevenção. Receber exames normais costuma ser interpretado como um salvo conduto para continuar com os maus hábitos e isso é o que realmente envenena o paciente. Ter colesterol normal não isenta a pessoa do mal de comer as gorduras ruins, ter glicose normal não é um passe livre para o excesso de carboidratos rápidos e nocivos, estar dentro do peso não é igual a poder comer tudo reduzindo os danos da alimentação ruim e do sedentarismo a engordar ou não.  
Principalmente entre os mais jovens, o objetivo de consultas médicas de rotina, deve ser buscar orientação sobre como tornar a vida mais saudável, que hábitos nocivos se tem a eliminar e não meramente realização de exames. Estes, mal realizados, sem a correta indicação acabam por prestar um desserviço a prática médica e a promoção de saúde, oneram o sistema de saúde e não trazem o benefício que julgam ter. Os médicos, sem a adequada vinculação com o paciente, sem ter o adequado tempo e sobrecarregados com agendas corridas para escutar, acabam entrando na ciranda da solicitação sistemática e exagerada de exames caros e improdutivos e deixam de lado o que realmente importa.

Vivam com saúde!

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Você é Aderente ao Seu Tratamento?

Você é aderente ao tratamento?
Muito se fala sobre isso, sobre a importância do paciente ser aderente ao tratamento médico. Afinal, o que é ser aderente?
Ter aderência é o paciente cumprir, dentro dos prazos determinados pelo médico, a programação terapêutica, reavaliações, exames solicitados, etc.
E de que depende a aderência terapêutica?
Depende dos dois lados. O médico precisa cada vez mais entender que, para muitas coisas, existem empecilhos de ordem prática (sócio-econômicas, locomoção), de ordem emocional que podem atrapalhar essa ou aquela programação. O médico tem de estar atento à comunicação, o quanto foi claro nas suas recomendações, o quanto o paciente ou responsável por ele (a) compreendeu daquilo tudo.
Quanto ao paciente, tem de primeiro lugar estar confiando no médico, ter em mente que toda e qualquer recomendação que vá sacrificar algo que o paciente tenha prazer em fazer ou que vá demandar algum trabalho e esforço, foi feita apenas para o sucesso terapêutico, não por qualquer outro motivo. Além disso, o paciente tem de ter em mente se compreendeu tudo. Você sabe o motivo de cada coisa recomendada? Você sabe quais são os riscos caso não cumpra a recomendação? Você sabe exatamente qual o seu diagnóstico e o que está sendo tratado? Você tem acesso ao seu médico fora do horário da consulta caso haja dúvidas ou imprevistos?
Ter ciência dessas coisas facilita a adesão ao tratamento, quem sabe o que faz e o motivo de fazer, faz com mais confiança.

Converse com seu médico!

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Os Riscos da Hipoglicemia

Que temos de cuidar do açúcar (glicose) para que fique sempre normal, é fato. O que se esquece muitas vezes é que o açúcar tem um limite superior e outro inferior. A glicose baixa (hipoglicemia) pode ser muito perigosa. 
A hipoglicemia é acontecimento frequente nos diabéticos devido ao uso de medicação para baixar a glicose. Quando associado a alimentação inadequada (pode ser em quantidade, em qualidade ou em intervalos) por vezes a glicose cai para níveis abaixo do normal e isso pode causar alguns sintomas que vão se agravando conforme a glicose vai caindo. 
O início muitas vezes é com tremores, suor frio, vai piorando o nível de consciência e a cognição podendo alcançar a desorientação e chegando a inconsciência (coma hipoglicêmico). A resposta à reposição de glicose habitualmente é excelente e sempre devemos estar atentos a, no caso de uso de medicação, que o efeito pode ser duradouro e a glicemia voltar a cair mais a frente. 
E por que é perigoso?
Temos dois órgãos que são extremamente sensíveis e dependentes da glicose: o cérebro e o coração.
A glicose é a fonte energética de escolha e a falta dela de forma aguda pode causar colapso desses órgãos, justificando o coma no caso do cérebro e no coração a coisa fica mais complicada quanto mais problemas o pacientes tem. Já sabemos devido a pacientes internados e monitorizados ou na vigência de exames cardiológicos, que a hipoglicemia aumenta significantemente a incidência de arritmias cardíacas, podendo gerar arritmias perigosas e fatais. Em seu domicílio, principalmente à noite, isso se torna ainda mais perigoso. Pode precipitar falência cardíaca, piora de um coração já fraco e culminar com a morte. 
Dietas exageradas e sem orientação associadas a exercícios intensos e medicações para emagrecer também podem levar a hipoglicemia e aumentam o risco de arritmias cardíacas perigosas. 
Paciente submetidos a cirurgia bariátrica também fazem hipoglicemia paradoxalmente após a alimentação com alimentos ricos em carboidratos. 
Vivam com saúde!

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Trombose Venosa Profunda

Uma preocupação constante dos médicos quando o paciente fica acamado por algum tempo é a trombose venosa profunda. O que vem a ser isso? É quando o sangue, sem que exista um corte, nenhuma veia sangrando coagula espontaneamente dentro das veias (maior parte das vezes de uma das pernas). Para entender um pouco disso, são necessários alguns conceitos:
Artérias: vasos sanguíneos que levam o sangue do coração para o resto do corpo para nutrir as células. São de parede muito muscular e o sangue flui sob alta pressão.
Veias: vasos sanguíneos que trazem o sangue com o resto do metabolismo das células de volta ao coração. São pouco musculares e o sangue flui mais lentamente sob baixa pressão.
            Assim sabendo, o sistema venoso por ter um fluxo mais lento e de baixa pressão, precisa muitas vezes de uma ajuda extra para que seu fluxo seja mantido e no caso das pernas, essa ajuda vem da musculatura. A cada contração da musculatura da panturrilha por exemplo (parte posterior da perna, a batata da perna), os músculos apertam as veias ajudando a impulsionar o sangue pra cima. Quando o paciente fica acamado perde essa contração muscular, o fluxo sanguíneo nas veias das pernas pode ficar muito lento, propiciando a formação de coágulos (trombos). Por isso quanto mais cedo o paciente sair da cama, melhor.

            Fatores próprios do paciente também aumentam o risco de trombose como tabagismo, uso de pílula anticoncepcional, obesidade, doenças que aumentam a coagulabilidade do sangue (doenças como diabetes, portadores de tumores malignos,  doenças autoimunes e hematológicas), vôos longos, presença de veias calibrosas e varicosas nas pernas com insuficiência venosa. O risco aumenta muito quando mais de um desses fatores são associados. Cirurgias ortopédicas nos membros inferiores e cirurgias abdominais são de especial risco para desenvolver trombose.
            Os sintomas de trombose na perna são principalmente a dor na área acometida, associado a inchaço e vermelhidão (que podem ou não estar presente, dependendo da localização e extensão da trombose), durante a palpação a área pode estar endurecida e dolorida ao toque.

                        Quando existe uma trombose nas veias profundas da perna, o risco maior é de um trombo se soltar, ascender pela veia, chegar ao coração, daí ser bombeado para o pulmão e lá ocluir um vaso pulmonar causando um evento muito grave de alta mortalidade chamado tromboembolismo pulmonar ou embolia pulmonar. Por isso, cada vez que um tratamento médico exige que o paciente fique acamado, a prevenção de trombose venosa sempre deve ser feita com medicações anticoagulantes enquanto o período de inatividade do paciente persistir.
                          Para prevenir o aparecimento da trombose, além das medicações no caso de pacientes acamados e considerados de alto risco, atentemos para os fatores do paciente. Prevenir ou tratar a obesidade, não fumar, evitar a associação entre fumo e anticoncepcional. Em casos de viagens longas, acima de seis horas, o uso de meias elásticas compressivas, levantar e andar (se possível), exercício movimentando os pés forçando a musculatura da panturrilha a contrair e até o uso de medicação se necessário. 


sábado, 10 de setembro de 2016

Conhece a Resistência a Insulina?


O organismo de pessoas com diabetes tipo 2 (as que não precisam usar insulina), das chamas pré-diabéticas (que tem glicose mais alta mas não o suficiente para serem classificadas com diabéticas) e até de alguns pacientes diabéticos do tipo I (que tem de usar insulina) travam uma silenciosa guerra contra a insulina. Essa guerra é chamada de resistência a insulina.
            Nas pessoas sem diabetes ou resistência a insulina, após a ingestão de uma refeição comum, os níveis de glicose no sangue sobem na medida que os carboidratos ingeridas vão sendo absorvidos na circulação, isso provoca uma resposta pancreática que aumenta a produção de insulina e esta vai provocar a captação dessa glicose pelos tecidos para produção de energia e especialmente no tecido gorduroso, nos músculos e no fígado. Os níveis de glicose começam a cair, a produção de insulina vai diminuindo e a glicose volta aos níveis baixos. Nos indivíduos com resistência a insulina, a insulina produzida não consegue exercer seu papel adequadamente resultando então que o pâncreas é obrigado a produzir quantidades muito maiores de insulina para obter o mesmo efeito. Na medida que a resistência a insulina aumenta, o pâncreas pode não mais conseguir produzir insulina suficiente para controlar os níveis de glicose, aparecendo assim a intolerância a glicose e por fim o diabetes tipo II.
            O que leva a resistência a insulina? Não está completamente claro porém já sabemos que o excesso de peso (especialmente a gordura abdominal), o sedentarismo, a idade e fatores genéticos são fortes contribuintes para tornar o organismo resistente a insulina.

            E como combatê-la?
            Exercícios físicos podem dramaticamente reduzir a resistência a insulina, a atividade muscular aumenta a absorção de glicose pelos músculos por mecanismos independentes da insulina, a redução da ingesta de carboidratos rápidos (aqueles de rápida absorção e que levam a picos altos de insulina), a perda de peso de uma forma geral  e, se necessário, o uso de medicamentos podem combater a resistência a insulina. Os paciente submetidos a cirurgia para tratamento de obesidade mostram grande redução na resistência a insulina na medida que vão perdendo peso, se alimentando de forma saudável e vão para a atividade física, podendo inclusive se verem livres.

sábado, 3 de setembro de 2016

Prebióticos, Probióticos, Simbióticos e Xenobióticos

No último texto falei da importância ma flora intestinal (a chamada microbiota intestinal) para o funcionamento do organismo, sistema imunológico, obesidade e outras coisas. Hoje falarei um pouco sobre alimentos que impactam nessa flora para o bem e para o mal. Nesse contexto, é necessário que entendamos alguns conceitos:

Alimentos probióticos: são alimentos que contém microorganismos da nossa flora intestinal e, quando ingeridos, ajudam a restaurá-la e aumentam de forma adequada a concentração de bons microorganismos melhorando assim o funcionamento intestinal, a barreira defensiva que ele representa. Ex: produtos preparados, suplementos e lácteos como iogurtes e derivados lácteos que contém lactobacillus ou bifidobacterias.

Alimentos prebióticos: são alimentos que sofrem fermentação no nosso intestino e assim estimulam o crescimento de bactérias adequadas da flora intestinal, agindo indiretamente, como os probióticos mas não por conter os microorganismos mas por estimular seu crescimento. Ex: cebola, alho, aveia, trigo, banana, tomate, banana, cevada, mel, chicória, aspargos, alcachofra.


Alimentos simbióticos: são os alimentos que contém as duas características, ou seja, são probióticos (contém microorganismos) e prebióticos (contém fibras que serão fermentadas e estimularão o crescimento de microorganismos necessários). Ex: normalmente você realiza a simbiose quando mantém uma ingestão balanceada de prebióticos e probióticos ou encontra alimentos preparados (suplementação ou manipulação) que devem ser prescritos por profissionais adequados.

Xenobióticos: são substâncias estranhas ao organismos, tóxicas, que impactam negativamente na flora intestinal, reduzindo-a ou selecionando microorganismos prejudiciais ao funcionamento intestinal. Ex: a lista é grande, estamos falando de antibióticos, medicamentos, corantes, conservantes, pesticidas, metais tóxicos, adoçantes, hormônios, aditivos do plástico, cigarro, poluentes do ar, etc.

            Vale ressaltar que essa lista de xenobióticos está presente, infelizmente, em diversas coisas consumidas diariamente em alimentos, medicamentos, cosméticos, etc. 

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Microbiota Intestinal - um micro mundo de imensas funções

Todos nós temos dentro do nosso intestino uma população imensa de microorganismos que formam a nossa microbiota intestinal. Esses organismos, que entram na nossa vida logo após o nascimento, tem um importante papel na nossa vida, muito mais do que se imagina.
            Estudos tem mostrado que alterações nessa microbiota (prevalência de determinadas espécies sobre outras) podem ser não únicos mas muito responsáveis por uma série de problemas como obesidade, diabetes, doenças inflamatórias intestinais, intestino irritável, câncer de intestino entre outras. A  obesidade, preocupação crescente no mundo todo, tem sido alvo de estudos e cada vez mais a microbiota intestinal tem um papel definitivo tanto no desenvolvimento da obesidade quanto no tratamento dela. A terapia alimentar restritiva isolada, como mecanismo de emagrecimento, não é de hoje que tem se mostrado com alto índice de falha para tratar a obesidade e é certo que se precisa de algo mais.
            Nessa linha de tratamento, vem ganhando importância os prebióticos (alimentos que induzem alterações benéficas na microbiota intestinal tanto na composição, tanto na atividade) e os probióticos (os próprios microorganismos que, ingeridos na quantidade correta, alteram de forma correta e benéfica a flora intestinal). Análise da microbiota intestinal de pacientes submetidos a cirurgia bariátrica mostram importantes modificações nesses pacientes. Uma forma de tratamento que tem se mostrado eficaz, ainda experimental, mas com resultados promissores é o transplantes fecal. Isso mesmo, inserção de microbiota saudável de um doador num receptor tem se mostrado bastante eficaz para restabelecimento de uma microbiota adequada.


            Está comprovado que a microbiota intestinal interfere em várias vias metabólicas, no mecanismo de saciedade cerebral e na resistência a ação da nossa própria insulina, controle glicêmico, imunidade e inflamação entre outros. O restabelecimento de uma microbiota saudável é fundamental para o adequado tratamento e controle dessas mazelas.
            

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Você conhece a Miastenia Gravis?

Esta semana me deparei com dois casos de uma patologia incomum (estimada em cerca de 150 casos/milhão) que apareceram no mesmo dia em estágios diferentes que, com a ajuda preciosa e luxuosa do neurologista, o diagnóstico foi concluído e os pacientes foram tratados adequadamente. Estou falando de MIASTENIA GRAVIS.
            Essa doença é caracterizada, como o próprio nome sugere (mio = músculo e astenia = fraqueza) por uma fraqueza muscular importante que mais comumente acomete a musculatura ocular e das pálpebras porém pode acometer outros músculos do corpo e é causada por autoimunidade. O próprio corpo fabrica anticorpos que agem na junção do nervo (neurônios, células nervosas) com o músculo. Isso atrapalha a transmissão do impulso nervoso para os músculos e ele vai deixando de responder. Nos portadores de miastenia gravis, quanto mais vc usa o músculo, mais fraco ele fica.

Sintomas de miastenia gravis estão associados aos grupos musculares atingidos e podem ser:
 - dificuldade de respirar (fraqueza da muisculatura torácica)
 - engasgos (comprometimento da musculatura da deglutição)
 - difuculdade de subir escadas, levantar-se ou levantar objetos
 - pálpebras caídas, aparência de face “caída”
 - diplopia (visão dupla por comprometimento da musculatura ocular)
- rouquidão, mudanças na voz
- fadiga generalizada
            O diagnóstico inclui identificação dos anticorpos, exames de imagem do tórax pois alguns tumores de um órgão do sistema imunológico chamado timo podem ser causadores dessa patologia e estudos da condução dos nervos.
            Não há cura para miastenia, ela pode entrar em remissão, o paciente levar uma vida próxima do normal e ter crises miastênicas com piora dos sintomas. O tratamento inclui imunossupressores para reduzir a produção de anticorpos, drogas que melhoram a transmissão dos impulsos nervoso para os músculos, plasmaférese (procedimento onde os anticorpos são retirados da circulação) , imunoglobulinas, cirurgia de remoção do timo e medidas como repouso, evitar calor excessivo, fisioterapia e fonoaudiologia ajudam a preservara a musculatura, previnem complicações como broncoaspirações (ir conteúdo alimentar pra tubo respiratório) enquanto o tratamento progride.
            Fale com seu médico. 

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Musculação em Crianças e Adolescentes, Pode?

Recentemente uma amiga, mãe, médica me abordou sobre uma dúvida se seu filho de 12 anos deveria ou não começar a realizar treinos de musculação. Entrando na adolescência, o menino que é magro certamente deseja obter músculos com objetivos outros que não a saúde propriamente dita porém a salutar dúvida da mãe me suscitou a pesquisar e escrever este texto. É indicado o treino de força para crianças e adolescentes?
Revisando artigos, praticamente a unanimidade deles fala que sim, é possível, desejado e benéfico o treinamento de força entre
crianças e adolescentes atletas e não atletas e com 8 a 12 semanas de treino elas podem aumentar em até 50% sua força porém, óbvio, o treino não deve ser realizado da mesma forma que o treino em adultos formados. Crianças estão em crescimento, cartilagens epifisárias (responsáveis pelo crescimento) representam pontos de fragilidade e a hipertrofia muscular como a desejada pelos adultos na musculação não é desejável nesta época. Além dos exercícios de força, são recomendados exercícios de agilidade, resistência e pliometria (modalidade que envolve exercícios como saltos e lançamentos que promovem alongamento e depois uma rápida e vigorosa contração muscular) e o cuidado para que, nos exercícios de força com pesos, não se busque atingir o peso máximo. Exercícios com peso máximo e o halterofilismo olímpico só devem ser praticados após a completa maturação do sistema esquelético.


As lesões descritas nos estudos relacionadas ao treino de força em crianças e adolescentes estão relacionadas mais ao mau uso do equipamento, má postura, pesos inadequados do que ao fato de ser em criança em si. E é de FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA a supervisão de um profissional de educação física que esteja habituado a trabalhar com crianças e adolescentes. O ganho de força, desempenho, saúde e inequívoco, não compromete o crescimento e deve ser encorajado. A interação entre o pediatra e o profissional de educação física é sempre bem-vinda. 

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Atestado para atividade física


  Figura comum nos consultórios médicos, os pacientes supostamente saudáveis que vem em busca de atestado médico para atividade física mostram que, ainda bem, as atividades físicas tem cada vez mais adeptos. Porém, nem sempre eles ficam satisfeitos quando o médico (na maioria das vezes cardiologista) não emite o atestado na hora e pede exames para só depois fazer o atestado.
Frases como: “eu não tenho nada”, “já faço há muito tempo”, “nunca senti nada” são frases comuns que ouvimos, principalmente dos mais jovens que querem ter suas demandas atendidas. Pois bem, não é tão simples assim. Uma simples lida diária em noticiários mostra que não é tão raro pessoas terem problemas durante atividade física. Quando um provedor de serviços solicita uma avaliação de uma médico, ele quer que esse médico diga que está tudo bem para a prática de tal atividade.
O grande temor dos médicos é a chamada “morte súbita” que, embora chamem comumente de ataque cardíaco ou infarto do miocárdio, consiste numa arritmia fatal. A atividade elétrica do coração entra em colapso e as contrações cessam, o coração para. Nos de mais idade, é imperioso afastar a existência de doença nas coronárias, que levam ao infarto e também a arritmias sérias. Dessa forma, todos os candidatos a atividade física devem ter sua história médica e familiar avaliada pelo médico, serem examinados e, no mínimo, um eletrocardiograma. Para os que forem encontrados elementos de risco na história, no exame físico, outros exames devem ser solicitados como teste ergométrico e ecocardiograma.
Todos aqueles que pretendem encarar atividades de alta intensidade ou de competição devem submeter-se a pelo menos um teste ergométrico, independente de faixa etária ou história clínica. O atestado médico não é só um papel, algo sem importância pra ajudar o paciente, é um documento que confere responsabilidade civil ao médico, deve ser concedido com tanto critério quanto qualquer conduta médica. 

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Vitamina D em pacientes com insuficiência cardíaca - um novo futuro?

De algum tempo para cá tem sido diagnosticadas cada vez mais pessoas com deficiência D. Tem sido um modismos solicitar a dosagem e prescrever a reposição de vitamina D e cada vez mais funções além da prevenção da osteoporose tem sido atribuídos a vitamina D. Partindo desse ponto, um pequeno estudo chamado VINDICATE avaliou efeitos da suplementação de vitamina D em pacientes com insuficiência cardíaca crônica (coração fraco) com deficiência de vitamina D.
Foram avaliados 229 pacientes, maioria de homens com insuficiência cardíaca e deficiência de vitamina D documentadas e um grupo submetido e 1 ano de suplementação de vitamina D e outro grupo a placebo além da medicação e medidas não farmacológicas clássicas para o tratamento da insuficiência cardíaca. Os resultados foram avaliados através do teste de caminhada de 6 minutos que avalia o distância percorrida e as condições clínicas após andar por 6 minutos e pelo ecocardiograma.

            Os resultados mostraram que, apesar de não ter havido diferença no teste de caminhada, houve significativa melhora na função cardíaca e nas medidas das cavidades cardíacas ao ecocardiograma, o que pode ser um achado promissor.  Como foi um trabalho com pequeno número de pacientes, maiores estudos são necessários para mostrar de forma inequívoca um benefício da suplementação de vitamina D em pacientes com deficiência de vitamina D e insuficiência cardíaca.

            Vamos aguardar.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Quedas em idosos, perigo constante!

Na semana passada escrevi sobre o risco aumentado de quedas quando se inicia ou altera o tratamento com remédios de pressão (anti-hipertensivos) para idosos, então hoje vou falar de uma forma geral sobre quedas nos idosos, população tão susceptível a elas.
          Por que os idosos caem mais?
     Porque tem uma série de fatores que levam a isso como: fraqueza muscular, perda de equilíbrio, piora significativa dos reflexos, piora dos sentidos (no caso das quedas principalmente visão e audição) e piora nos mecanismos de auto-regulação de pressão arterial e freqüência cardíaca. Então o idoso, mesmo sem patologias, muito mais comumente tropeça em pequenos desníveis, tapetes, uma leve escorregada que os mais jovens conseguem se equilibrar e apoiar são suficientes para uma queda num idoso. Um animal de estimação que esbarre as pernas, uma criança, um chão liso. Tudo isso são riscos potenciais de queda para o idoso.  Fora as condições patológicas: problemas neurológicos que atrapalhem a locomoção (ex: mal de Parkinson), perda excessiva de massa muscular pela inatividade (tira a possibilidade de defesa ante uma queda iminente pois o idoso não consegue sustentar-se), patologias e medicações cardiovasculares que provocam quedas abruptas da pressão arterial quando fica de pé.

       E por que a queda no idoso é mais arriscada?                Primeiro pela ausência de reflexos, eles caem sem defesa e os traumas principalmente na cabeça (traumas cranianos) acontecem com maior violência e ossos mais fracos, usualmente pela osteoporose, provocam fraturas com bem mais facilidade. A mais temida é a fratura de fêmur, que obriga muitas vezes a cirurgias, mantém o idoso acamado e tem o risco de muitas complicações como pneumonias, embolia pulmonar, feridas causadas pelo tempo deitado, todas com potencial risco de morte pro idoso. Muitas quedas acontecem na hora de se levantar, a mudança da posição de sentado ou deitado para em pé muitas vezes provoca desequilíbrios, pressões baixas e gera queda.

          Precisamos nos manter atentos aos sinais de risco como andar prejudicado, alguma desorientação, pequenos desequilíbrios, piora acentuada da visão e audição e fraqueza geral. Medidas ambientais que podem ajudar incluem: retirada de tapetes e/ou
coisas que possam prender o pé do idoso, atenuar pequenos degraus, colocar corrimões em escadas, evitar pisos escorregadios, colocar apoios para as mãos no box e ao lado do vaso sanitário assim como antiderrapantes. Idosos fisicamente ativos tendem a ter bem menos quedas, uma atividade física que atenue a perda muscular e estimule seu equilíbrio é fundamental.

domingo, 22 de maio de 2016

Uso de medicação para hipertensão e risco de queda em idosos

É sabido que idosos não costumam tolerar bem pressões um pouco mais baixas. Os mecanismos de regulação, o tono muscular, a resposta cardiológica já estão prejudicadas pela idade e também pelo uso de medicação e com isso, o risco de queda aumenta. Mais que na população mais jovem, as quedas podem ter piores conseqüências como traumas cranianos e fraturas de fêmur. Os idoso constituem, por isso,  pela sua fragilização, um grupo especial nesse sentido. Pensando nisso foi avaliado o risco de queda em idosos após o início ou intensificação do tratamento anti-hipertensivo em idosos já que, como grupo vitima da hipertensão, o uso de medicação é bastante necessário.


            Foi visto numa análise de prontuários que o risco de queda em idosos aumentou significantemente nos primeiros 15 dias após início ou ajuste da medicação anti-hipertensiva quando aumentada dose ou associada medicação. A busca incessante por níveis normais de pressão nesta população deve ser balanceada pelo risco cada vez maior conforme o passar dos anos de quedas da própria altura com conseqüências cada vez mais nefastas. Todos os envolvidos no processo devem ser muito cuidadosos: o médico prescritor (ter o cuidado de medir a pressão sentado e de pé quando possível nas avaliações),  a família vigilante, o idoso dependendo do grau de lucidez a identificar sintomas que sejam predisponentes como tonteiras ao levantar e vertigens para que o tratamento seja bem feito sem causar danos. 

segunda-feira, 16 de maio de 2016

O que comer?

A vida saudável passa por alimentação saudável, não há como fugir disso. Exames laboratoriais normais não refletem necessariamente saúde e os venenos que comemos diariamente cedo ou tarde vão cobrar seu preço. Baseado nisso, a pergunta constante nos consultórios médicos é: "o que posso comer?".
Com raras exceções, médicos não tem boa formação nutricional, para isso existem os nutrólogos e principalmente os nutricionistas, profissionais com formação específica para cuidar da nutrição das pessoas porém, infelizmente, nem todos tem acesso e nem sempre a orientação de procurar um nutricionista nem sempre é atendida. 
Baseado nisso, o American College of Cardiology publicou recentemente uma orientação geral, baseado em estudos que mostram benefícios e malefícios cardiológicos de coisas corriqueiras que comemos e uma orientação simples sobre isso. Ressalto, isso é apenas uma orientação genérica, não leva em conta doenças, problemas individuais e de forma nenhuma substitui a avaliação de um profissional de nutrição mas nos fornece uma ideia de coisas que comemos e bebemos que podem ser vilões ou não, dependendo das quantidades e da forma. 

CONSUMIR MAIS
Frutas
3 porções por dia
Preferir comer a fruta a sucos 100% integrais. Limitar sucos a 1 comp por dia.

Nozes, sementes
4 porções por semana
escolher variedades

Vegetais (legumes e verduras exceto batata comum)
3 porções por dia

Grãos integrais minimamente processados
3 porções por dia
escolher aqueles com pelo menos 1g de fibra para cada 10g de carboidratos.

Peixes e mariscos
2 ou mais porções por dia
preferir os peixes ricos em óleo como salmão, arenque, truta, cavala e sardinhas.

Laticínios especialmente iogurte e queijo
2 a 3 porções por dia
a escolha entre integral ou desnatado deve ser feita pela preferência ou objetivo de cada um. Não há evidência suficiente de benefícios entre um e outro.

Óleos vegetais
2 a 6 porções ao dia
Preferência por óleos polinsaturados como azeite extra-virgem, canola ou soja.

CONSUMIR MENOS

Grãos refinados, amido, açúcares
Não mais que 1 ou 2 porções ao dia.

Carne processada
Não comer.
Ex: cachorros-quentes, bacon, salsicha, pepperoni, salame, frango processado, peru e presunto

Carne vermelha
2 a 3 porções por semana.

Gorduras trans industriais
Não comer
Evitar comidas feitas com óleos vegetais hidrogenados.

Bebidas adoçadas
Não beber
Incluem: refrigerantes, bebidas energéticas, esportivas, ice tea, etc.
Deve-se levar em conta não só a quantidade de açúcar em si mas o fato de que açúcares com baixo teor de fibras e refinados são igualmente prejudiciais.

Álcool
1 drink ao dia para mulheres e 2 drinks por dia para o homem.
Para os que tem o hábito de beber, consumo leve não traz problema.
Não há diferença entre vinho, cerveja e destilados.

Sódio
Não mais que 2g ao dia.
Evitar acrescentar embalagens de restaurantes no alimento servido.
As principais fontes incluem pão, frango, queijo, carnes processadas, sopas e alimentos enlatados.